quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

BOAS FESTAS


A Turma Girassol 
e os seus professores
desejam Feliz Natal
a todos os seus amigos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Balada da Neve

“Balada da Neve” é um dos poemas mais conhecidos da literatura portuguesa, recitado um pouco, em cada escola e relembrado por avós, aos primeiros versos, na leitura de netos.
Apresenta-se, ao leitor, num versejar ligeiro e claro de quintetos, com os primeiros versos rimados os terceiros e quartos, enquanto o segundo rima com o quinto.
O ritmo das estrofes favorece a leitura e a temática inicial, ligada à leveza, alvura e encanto da neve são atrativos à memorização.

Contudo, a Balada da Neve permite uma outra leitura. Uma reflexão sobre o sofrimento humano e especialmente das crianças.

Sem nunca perder de foco a beleza do poema, a turma atreveu-se a refletir também sobre a segunda parte do texto e respondeu muito bem à atividade proposta de criar novas estrofes, que obedecessem à temática e forma do texto original.

O trabalho foi
·        iniciado em sala de aula com a criação obrigatória dos dois primeiros versos (passiveis de alteração posterior);
·        continuado em casa;
·        revisto na escola em trabalho colaborativo de grupo-turma


Na primeira sessão de revisão obtiveram-se as estrofes que são apresentadas a cor, intercaladas com as estrofes originais (a negro).



Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

A neve tem tanto encanto,
quando cai leve, levemente.
Cobrindo o seu manto,
tudo que se vê branco,
alegrando toda a gente.
(Mariana Silva)

A neve cai tão levemente
que mal se consegue ouvir.
E fica um manto luzente,
de tanto branco, somente,
que o chão parece sumir.
(Lourenço)

Dá-me um grande prazer
ver a paisagem desta cor.
Gosto de neve a valer
e todos a podemos ver,
sem ter cor, cheiro ou sabor.
(Bruna)

A neve cai em flocos
pequenos e recortados,
muito brancos e formosos,
giros e amorosos.
Tão lindos, mas tão gelados!
(Maria Inês)

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos… enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

Pergunto-me agora a mim
de onde vem esta dor
Terá que ser a vida assim?
Terá isto um dia fim?
Aqueçamo-nos com amor.
(Ana Filipa)

Senhor, porquê tanta dor?
São crianças, meu Deus!
Dai-lhes um mundo de cor,
com alegria e amor.
Somos todos filhos teus.
(Ana Raquel)

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Augusto Gil