Com o anúncio dos vencedores, na Festa da Família, ficou concluído o processo do concurso dos jardins floridos, promovido pela Associação de Pais da nossa escola.
É com alguma pena que não vimos reconhecido, pelo júri, o nosso trabalho, esteticamente evoluído, com forte incidência sobre conteúdos programáticos e relevância na construção de conhecimentos.
Contudo, é aí que o nosso prémio reside e já residia antes da avaliação. Aí, na formação integral do aluno nas vertentes
cognitivas,
funcionais e
estéticas, promovendo aprendizagens em contexto de projeto e em ambiente de processo.
Neste caso, para responder ao desafio de "florir" um pneu, avaliámos a situação e tomámos decisões, garantimos recursos e seleccionámos materiais, para construir um jardim que fosse capaz de incluir árvores nascidas na nossa sala, no ano passado, depois da sementeira de castanhas e bolotas. Ficou decidido criar um mundo vegetal onde é representado, pneu a pneu, o meio aquático e ainda os desertos com pouca e muito específica vegetação, os bosques temperados com a sua predominância de árvores de folha caduca e a floresta húmida onde predomina a vegetação sobre o solo e o verde fresco domina o ambiente, com folhas largas e grande densidade e diversidade.
Para a criação deste espólio vegetal fomos apurando, ao longo
de uma semana e tal, as espécies que cada família poderia arranjar e, em vinte
folhas de papel que circulavam entre a casa e a escola, ia sendo registada cada
nova aquisição. E assim, garantidos os carvalhos e castanheiros provenientes da
sementeira do ano passado, apareceram primeiro os cactos e, paulatinamente, as
outras espécies para todos os lugares, até à bananeira (última aquisição) com
tamanho apropriado para caber o espaço que tinha ficado reservado.
Depois de montar a estrutura de suporte aos quatro ambientes decididos (deserto, floresta, bosque e lago) com pneus, sobre o inicial, para gerar mais espaço, foi plantar, corrigir a impermeabilidade do lago,
montar o sistema de rega que garante um gotejamento regular no lugar que se
pretende mais húmido, a partir da água do lago. (na fotografia pode
notar-se um tubo preto na berma do lago) e etiquetar os espaços com indicações
compreensivas da relação temperatura/humidade.
Ficámos a saber que a humidade e a temperatura são fundamentais para a vida vegetal e as suas variações resultam na constituição de paisagens bem diferenciadas e cobertos vegetais distintos. Além disso tomámos conhecimento de que um tubo pode descarregar muito devagarinho, água de um depósito e fazer um pequeno sistema automático de rega (em antecipação de conhecimentos posteriores que se apresentam, afinal, como tão complexos e difíceis para tanta gente).
A última vitória cai no foro humano e ético, com aceitação dos resultados e o reconhecimento de que numa vida existem momentos bom e menos bons e que é do esforço de cada um e da colaboração entre todos que os resultados podem ser cada vez melhores e que cada erro ensina mais que um acerto.
Parabéns, Turma Girassol!