...
Segundo momento em diálogo:
Segundo momento em diálogo:
Narrador – Durante
algum tempo, ainda se olharam, de vez em quando, através das janelas, mas os
dias cinzentos, o vento frio, as noites longas e a partida dos pássaros,
deixou-os cada vez mais tristes e as suas janelas deixaram de se abrir.
O senhor Zé
Costica tinha tantas saudades do verão, do chilrear da passarada que resolveu
comprar uma flauta e pôs-se a tocar para a imitar.
Manuel – Bolas, que som
horrível! O que se passa ali? Ó Zé!!!
Zé – Fixe! Ainda bem que
estás a gostar. Toma lá mais!
Manuel – Não! Eu quero
dormir. Deves estar a gozar comigo. Para com essa barulheira!
Zé – Isto ainda é melhor
que os pássaros do verão!... Estás a gostar, não estás? Ainda bem que queres
mais alto. Boa!!!!
Manuel – E ele toca mais
alto. Deve estar surdo! Eu só quero que pares! Vai dormir que eu também quero!
Para com isso…Vais pagá-las!
Narrador – E
o barulho ensurdecedor da flauta do senhor Zé Costica continuou pela noite dentro
com o entusiasmo de quem sentia que a cada som vinha até si uma memória de
verão.
Continuou
também o desespero do senhor Manuel Bicas que, abandonando a discussão, só
pensa em vingança.
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